Publicado no dia 18 de outubro de 2018

Como fazer vídeos incríveis: o guia completo

Por quê você deveria aprender a produzir seus próprios vídeos?

Se você está presente aqui nesse negócio chamado internet, você já reparou que vídeos são a onda do momento, não é? E não, não estamos falando de uma marolinha qualquer, mas sim daqueles tsunamis que chegam com tudo. Os vídeos vieram pra ficar e eu super acredito que os vídeos têm o poder de potencializar a maneira como nos expressamos. Principalmente, quando quem realiza o vídeo é uma pessoa super criativa. E mais ainda quando esse criativo realiza os vídeos para a sua própria marca. E por marca, não quero dizer só uma logo numa camiseta, não. Marca não é só o negócio, marca é um lifestyle, uma atitude, uma maneira de comunicar ou de servir uma audiência. Portanto, tô falando de negócio/marca sim, mas também de pessoa/marca. Se o seu caso é um desses, esse conteúdo é pra você.

Através do vídeo, você consegue expressar de uma só vez um punhado de coisas: fotografia, texto, performance, música, ilustrações. Tudo junto e misturado pra transmitir uma mensagem, uma sensação, uma comunicação. Eu fico meio romântico quando falo sobre vídeos, mas só por que realmente acredito que essa é a ferramenta definitiva de conexão entre você e sua audiência.

Se você costura, tatua, ilustra, fotografa, é designer, personal trainer, blogger, jornalista, coach, empreendedor, terapeuta, ou qualquer outro label que te sirva. Se você tem uma mensagem, um propósito, um porquê, o vídeo vai te ajudar a levá-la a mais pessoas de maneira mais autêntica.

Não é só de maneira prática que o vídeo é a melhor alternativa pra comunicar-se com sua galera. Estrategicamente, as plataformas de redes sociais como o Facebook, Twitter, Instagram e o Youtube, claro, através de seus algoritmos, impulsionam os vídeos para os feeds de seus usuários mais do que fotos, textos, GIFs ou outras postagens. Até mesmo o Google destaca vídeos na primeira página de resultado de pesquisa. Já reparou? Isso por que é possível condensar um volume de informações muito maior em vídeo do que em qualquer outra mídia.

“1 minuto de vídeo vale 1.8 milhões de palavras”.

Essa citação de James McQuivey, analista e vice-presidente da Forrester Research, deriva-se de uma máxima antiga de Fred R. Barnard ao expressar o que viu em um anúncio de um bondinho, em 1921: “uma foto vale 1.000 palavras”. Barnard sintetizou em uma linha o impacto que aquela peça publicitária causou na audiência, naquele momento da história.

Pra conectar as frases, uma matemática básica resolve: cada segundo de vídeo tem 30 imagens. Ou fotos, se preferir. Se uma foto vale 1.000 palavras, um segundo contendo 30 fotos, vale então 30.000 palavras. Daí, um minuto com 60 segundos, vale 1.800.000 palavras. Esse não é um número para ser considerado literalmente. 1.8mi não é uma estatística, é uma interpretação figurativa muito alinhada com os nossos tempos.

O volume de informação gerado em um vídeo de um minuto pode ser impossível de quantificar, mas certamente a combinação de imagens, áudio e textos sozinhos, além da maneira como você fala, veste, usa cores no seu vídeo, movimenta-se pelo cenário em que grava ou prepara esse cenário comunica alguma informação. Tudo em seu vídeo transmite uma mensagem sobre você e sua marca.

All right. O quê eu preciso pra começar?

É importante saber que pra começar, você provavelmente não vai precisar fazer nenhum investimento. Se você ainda não possui uma câmera legal, mas tem um smartphone no bolso, já é! Seu smartphone pode ser mais old school ou modernoso, ter uma câmera már-ô-mêno, ou incrivelóide. De qualquer jeito vale pra você sair do lugar e pegar o gosto.

Com esses celulares inteligentes você consegue gravar, editar e publicar seu conteúdo de qualquer lugar. E essa é a parte mais legal da coisa. Uma praticidade incrível em um só aparelho.

Porém, é claro, existem orçamentos e orçamentos. E se você já passou por essa fase do joguinho, sempre vai existir uma nova etapa que pode te desafiar a sair da zona de conforto e produzir com mais qualidade.

Idealmente, pra ficar com uma produção redonda, você precisa basicamente de uma câmera e um software de edição. Com o tempo, essa lista de equipamentos dá uma engordadinha e vai se ajustando. Vai surgir a necessidade para a utilização de acessórios como tripés, luzes, microfones, computador etc.

Não se preocupe com isso no início. Conforme vai experimentando, você vai sacando essas carências. Você não precisa prever todos esses cenários. A experiência vai te dizendo quando chegou a hora de comprar um soft box pra substituir a luminária do quarto, ou uma objetiva mais longa pra não perder qualidade dando um zoom na sua imagem do celular. Ou quando os aplicativos de edição no celular poderão ser substituídos por softwares mais complexos no seu computador.

#fikadica: sá pra começar a fazer vídeos mesmo sem uma câmera. O Rafinha Bastos, por exemplo, fez sucesso com seu antigo blog reeditando material já existente e adicionando seus próprios comentários nesse remix.

#ATítuloDeCuriosidade, segue uma lista de cabeça dos equipamentos que uso na produção (no momento da escrita desse conteúdo) por aqui:

  • Câmeras Sony a7Sii com lentes 24mm, 50mm, 85mm
  • Microfones sem fio Røde
  • Tripés Three Legged Thing
  • Macbook Pro
  • Final Cut Pro (editor no computador)
  • Videoshop (editor no smartphone)

Em breve, farei uma postagem completa com equipamentos, acessórios, softwares e outros recursos que utilizamos no dia a dia.

Quais são os tipos de vídeo que existem?

 

 

Quando falo sobre tipo de vídeo, quero dizer categorias de conteúdo. Por exemplo, vídeos educacionais, corporativos ou lifestyle. Na categoria educacional tem tutorial, vídeo aula, review, demonstração ou passo a passo. Vídeos corporativos podem ser depoimentos de clientes, apresentação de um serviço ou produto, um lookbook ou perfil criativo. E em lifestyle, vlog, vídeos de viagem, hobbies ou uma experiência em um evento. Claro, as categorias não são apenas essas, assim como o grupo de vídeos que cada categoria comporta. As possibilidades são infinitas. Ilustrei algumas mais familiares e pra você ter uma referência quando começar a sua produção.

Você vai perceber também que as categorias se misturam dependendo de como você estrutura o conteúdo. Um vídeo corporativo não precisa, NEM DEVE, ser um vídeo careta. Imagine uma marca de skate fazendo vídeos caretas pra molecada? Não dá.

Em um vlog é possível misturar temas culinários e de viagem, enquanto conversa-se sobre moda, lifestyle e tendências. O casal Dani Noce e Paulo Cuenca fazem isso muito bem.

Você ainda pode experimentar com ensaios em vídeos, curta metragens documentais ou ficcionais, entrevistas. Reforçando, essa lista é infinita. Depende mesmo do seu objetivo com o vídeo, da sua criatividade, disponibilidade e disposição.

  • Vídeo para sua marca

Quando você está fazendo um vídeo para sua marca, você não deve se comunicar para as massas. E pra isso, você deve se comunicar com o seu público alvo e construir sua comunicação em vídeo, autêntica, para construir essa audiência. Com temas e conteúdos que eles estão interessados. Falando a mesma língua. Você pode usar ferramentas de SEO para te ajudar nessa tarefa e também perguntar para quem já te acompanha, quais sãos os temas que eles estão interessados que você compartilhe.

Seu objetivo é nutrir uma comunidade ao redor de sua marca para criar um relacionamento com essa galera, pois essas são as pessoas que vão espalhar o seu conteúdo por aí, falar de você e de sua marca para os amigos e tornarem-se seus clientes. Essa relação se fortalece através do seu engajamento com sua audiência, então aproveite a oportunidade para convidá-los para visitar o seu website, te seguir nas redes sociais ou assinarem sua newsletter, onde você poderá continuar servindo-os.

  • Lifestyle ou hobby

Esse é um tipo de conteúdo que permite mais experimentação e liberdade para o criador. Praticamente, tudo vale. Não existe um formato padrão a ser seguido. O objetivo desses vídeos também são mais livres. Você pode produzir apenas por uma realização pessoal, ou pra comunicar uma ideia, pra criar uma audiência ao redor de um tema ou hobby.

Você pode criar vídeos de uma viagem com o crush, um passeio com os cachorros, um treino na academia, um salto de paraquedas ou um experimento na cozinha. Esses projetos não necessariamente precisam gerar um retorno financeiro, mas de acordo com a relevância, frequência e audiência dessa produção, podem surgir oportunidades de negócio também.

  • Vlog

Separei o vlog de todo o resto, por que é um tipo de conteúdo muito popular hoje, principalmente no Youtube, e que pode ser um bom ponto de partida para quem quer experimentar sem compromisso. O vlog é a droga de entrada ao universo dos vídeos. Escolha um tema que domina ou que tenha paixão e explore o tema de um jeito que você gostaria que fosse feito pra você assistir.

A vibe pode ser mais inspiracional, contemplativa, despretensiosa ou debochada. Você pode fazer um planejamento elaborado de planos e composições ou pode simplesmente ser uma cabeça falante com a câmera apontada pra você. Não existem regras. O conteúdo é absolutamente livre e você pode postar o que quiser, quando quiser. Mas, claro, de um jeito interessante. Seja sobre notas políticas, o beijo da novela ou o um almoço com a família.

Pense no vlog como uma tradução audiovisual do seu blog, diário ou journal. O que eu quero dizer? O conteúdo do vlog deve ser a partir de sua experiência, de seu ponto de vista. Pessoal, porém transferível. Ele deve ser uma ponte, uma oportunidade de identificação entre você e sua audiência. Um tema pra conversas.


ROTEIRO

 

 

O que faz um vídeo ser memorável, não é a câmera, o filtro ou a figura famosa. “O conteúdo é rei”. A citação de Bill Gates é de 1996, mas ele já estava certo sobre isso muito tempo antes de fazer essa provocação. E o que faz o conteúdo ser memorável é a história e como ela é contada. Se sua história for boa, as pessoas não vão te crucificar pela informalidade do empacotamento. O que mais importa é a realização. Não à toa, Whindersson Nunes tem o canal do Youtube com mais de 30 milhões inscritos.

O roteiro não precisa ser necessariamente um detalhamento para ser seguido à risca, palavra por palavra. Ele é um mapa que guia a produção. Essa fase de planejamento é a mais importante de todas, pois é aqui que você desenha o passo a passo pra poder contar sua história da melhor maneira que está ao seu alcance.

“Caraca, Bruno! Por que eu preciso saber disso?” Porque quanto mais tempo você passar no planejamento, mais rápido grava e mais legal sua história pode ficar. Não subestime as suas capacidades. Despeje todos os seus desejos para contar essa história em seu planejamento. Em seguida, na revisão, alinhe essas ideias com a possibilidade de executá-los.

O trabalho no roteiro e planejamento é dedicado a estruturar sua mensagem preparando-a para o vídeo. Você tem que dedicar-se a fazer um roteiro que seja intrigante e fácil de entender, para seu público se conectar com a sua mensagem e não ficar confuso com ela. Não sobrecarregue seu público com um monte de ideias de uma só vez. Simplifique as coisas, mantenha a linha da sua mensagem e costure a história para que quem assiste possa acompanhar com clareza.

Para ter mais liberdade na gravação, seu roteiro pode ser apenas uma lista com palavras chaves na ordem que serão apresentados os temas em seu vídeo. Assim, você pode discursar livremente sobre o tópico, sem a rigidez do compromisso de reproduzir fielmente letra a letra o seu roteiro. Não hesite em cortar trechos monótonos ou repetitivos que pouco acrescentam ao fluxo da mensagem.


CÂMERAS

 

 

Uma galera entende a importância de fazer vídeos para suas marcas, tem o desejo de se expressar para sua audiência, mas congela na hora de gravar. Parte por timidez, parte por achar que não estão prontos, parte por que “quando eu tiver a câmera ‘X’, daí eu começo”.

Pra fazer bons vídeos, que podem encontrar uma audiência, definitivamente, não precisamos de equipamentos caros. Se dependesse apenas de equipamento, tudo que passa no cinema seria incrível. As produções que vão para o circuito das telonas no shopping contam com as melhoras câmeras do mundo, nem por isso todas essas produções resultam nos melhores filmes.

Será que o que você já tem, não é o suficiente para sair do lugar? Eu acredito que sim. E muito. Porém, se você já saiu da fase de paquera e está procurando algo mais sério na sua relação com os vídeos, então existe uma crocante diversidade de toda sorte de câmeras ao seu dispor.

Existem um monte de câmeras por aí pra você comprar, alugar e pedir emprestada. Pra afunilar essa pesquisa, separei algumas categorias mais usadas na produção de vídeos para internet.

  • smartphones

A qualidade das câmeras dos smartphones evoluiu enormemente nos últimos anos e a cada novo lançamento ficam mais impressionantes. Se você possui um smartphone mais ou menos atual, as chances são que você já possui tudo o que precisar pra encarar esse desafio.

Aqui na base usamos um iPhone 7s e um Samsung s7 Edge. Os dois são o bicho e atendem muito bem os requisitos que necessitamos. Claro, você não precisa adquirir esses aparelhos. Modelos anteriores a esses, similares ou mais modernos vão te servir igualmente.

Gosto de poder contar com o smartphone quando participo de um evento ou uma trip, mas não quero levar um equipamento mais robusto, nem me preocupar com volumes extras. O celular já me acompanha para qualquer lugar e ocupa pouco espaço.

A grande vantagem pra quem tá começando, é que o smartphone é super fácil de usar. A gravação é super intuitiva, intimida menos. Não existe uma grande curva de aprendizado e temos uma maior familiaridade com o aparelho. A gente leva ele pro banheiro. Quer mais intimidade que isso?

Fiz vários vlogs usando só o iPhone 6, ó:

 

Preço dessas belezinhas: potencialmente, de graça, se você já tiver um. No geral, variam de R$ 1.000 a R$ 3.000 dependendo da marca e modelo. Apple e Samsung dominam o mercado. A Motorola e Asus também possuem modelos interessantes.

  • point and shoot

Fotógrafos e videomakers, que usam câmeras fotográficas mais robustas como sua primeira ferramenta, já estão habituados às pesadas mochilas com uma lente para cada momento. Eu sou um desses. Apesar de tentar diminuir o tamanho da mochila e número de acessórios, ainda tenho um punhado de apetrechos para situações hipotéticas específicas.

Às vezes, a única coisa que queremos é ter em mãos um camereta prática que aponta e grava. Essas pequenas câmeras point and shoot cumprem exatamente esse papel, com mais controle sobre a imagem dos que as câmeras dos celulares. Elas são a evolução da cybershot, que destacou-se na época da explosão de câmeras digitais. As point and shoot seguem a mesma premissa com a funcionalidade de vídeo. São compactas, possuem uma lente de zoom ótico e digital e praticamente não ocupam espaço na sua mochila.

Por aqui, uso a Sony RX100 V. Para o seu tamanho, é uma câmera impressionante. Tem uma lente de 18 mm – 105 mm, que significa uma versatilidade bem legal pra planos abertos em espaços pequenos, como um quarto ou escritório, e planos fechados para gravar uma performance de um show ou um plano detalhe de uma tatuagem.

Essa categoria de câmera point and shoot é perfeita para vlogs e vídeo de lifestyle. Uma dessas, um tripezinho e já era.

Preço dessas belezinhas: Os preços variam muito, a partir de R$ 500, pois existem muitos modelos no mercado. Muitos mesmo. E muita porcaria de merchan em programa de auditório. De verdade, recomendo só os modelos que lideram a minha lista de point and shoot. A Canon G7x II e a Sony RX100 VI. A Panasonic também tem um modelo novo da linha Lumix, a ZS200 com uma lente zoom de 24 mm – (impressionantes) 360 mm, que pra ser quente mesmo tinha que ser mais clara. A abertura de sua lente é f3.3, enquanto que a Canon e Sony são f1.8. Esses três modelos estão na mesma faixa de preço, R$ 3.000.

  • DSLR e Mirrorless

DSLRs são as câmeras fotográficas mais robustas que permitem lentes intercambiáveis. Elas eram mais usadas para fotografia still e agora são a opção número um para pequenas produtoras de vídeo. A sigla vem de Digital Single Lens Reflex, que significa um sistema digital de reflexo para lentes únicas. VOCÊ NUNCA VAI PRECISAR MEMORIZAR ISSO. Na prática, é a versão digital das antigas câmeras fotográficas de espelho. As câmeras mirrorless são a versão mais recente do mesmo princípio, porém não possuem o espelho.

Tá bom, por que elas são tão legais? As imagens geradas por esse conjunto de câmeras e suas lentes aproximam-se mais de um look de cinema do que de vídeo digital. Isso acontece graças às lentes mais claras que possuem pouca profundidade de campo e destacam um objeto em foco de uma paisagem desfocada. Esse já é um papo mais técnico, que vai ser discutido em um outro post. O importante é saber que: 1) quem gera esse tipo de efeito desfocado são as lentes claras, f2.8, f1.8 ou f1.4. E 2) e quanto mais clara a lente, mais cara no bolso.

Como você pode trocar de lentes, cada lente atende uma situação diferente. Pra gravar uma paisagem, você utiliza uma lente mais aberta ou grande angular. Exemplos comuns são uma lente 12 mm ou 24 mm. Pra apontar um detalhe, uma lente mais longa ou tele-objetiva. Exemplos comuns são uma lente de 85 mm ou 200 mm. Existem também modelos de lente chamadas zoom, quem incorporam o alcance do aberto ao fechado na mesma peça, como uma 18 mm – 135 mm, mais recomendadas para quem está começando a explorar esse tipo de produção.

As lentes são tão importantes, quanto os corpos das câmeras. Uma lente clara e rápida, pode fazer com que uma câmera mediana torne-se incrível. Então, na verdade, uma boa lente pode ser mais importante no resultado da imagem. Com a prática, cada um desenvolve um gosto pessoal por determinada lente que gosta de trabalhar com mais frequência e pelo efeito que essa lente gera.

Essas câmeras tem uma gama maior de acessórios que aumentam a sua qualidade do que os exemplos anteriores. Além da utilização de lentes específicas para criarem vibes distintas nas imagens, elas também possuem entradas para microfones externos que fazem toda a diferença na qualidade do vídeo, já que seus microfones internos são bem limitados e não atendem qualquer tipo de produção. Você pode conectar tanto microfones com fio, como lapelas e outros que tenham adaptadores adequados, quanto transmissores sem fio e microfones direcionais boom.

Deu pra sentir que a coisa fica mais séria quando se trata de câmeras DSLRs e mirrorless. Existe mais trabalho envolvido e a curva de aprendizado é maior, porém a recompensa também é mais gratificante. Essas câmeras podem ser usadas pra tudo. Vídeo aulas, vlogs, vídeos institucionais, videoclipes, curta metragens ficcionais ou documentais.

Fala-se muito sobre a democratização da produção de vídeos e que qualquer um pode hoje fazer um filme com equipamentos mais acessíveis. 15 anos atrás, a realidade era outra. Pra fazer um vídeo, curta ou lookbook profissional era necessária a contratação de uma grande produtora, com equipamentos caríssimos e orçamentos mais ainda. A produção na internet, DIY, homemade existe agora devido a revolução gerada por essas câmeras.

Preço dessas belezinhas: podem variar de R$ 1.500 por uma Canon T6i, até R$ 15.000 por uma Canon 5D IV. Ou seja, uma variação enorme de preços. E o mesmo vale para as lentes. Então, como saber qual escolher? O kit perfeito pra você pode não ser o top de linha. Aposto que a melhor escolha está alinhada com o seu orçamento. Comece com a compra de um corpo de câmera legal, já considerando alguns anos de uso até uma possível troca. No meu caso, fiz um investimento maior na época para comprar uma Canon 7D em 2009, que me acompanhou por 7 anos, até quando fiz o upgrade para a Sony a7S.

No caso das lentes, você pode começar com uma lente zoom mais versátil e mais barata e, conforme a necessidade, adicionar uma lente mais específica ao seu kit. Com tempo, prática e experiência, você adapta e reinventa seu kit vendendo, trocando e comprando lentes diferentes. A 50 mm é uma lente indispensável. O modelo mais básico dela, com abertura f1.8, está na faixa de R$ 350.

  • gopro

Se você tem qualquer interesse em câmeras, você já topou com essa marca. A GoPro se estabeleceu como a câmera número um para esportes de aventura. Surfe, bicicleta, skydiving, rafting. Tudo que tem velocidade, pode molhar e que uma câmera comum não aguentaria o tranco. GoPro é uma camerinha pequena, que não requer muita configuração pra ser usada e tem um preço muito em conta pelo papel que desempenha debaixo d’água, dominando o mercado dessa categoria de câmera.

Listei a GoPro por que muitas pessoas que tem uma rotina ativa de corrida, passeios de moto ou bike e demais atividades esportivas, optam por essa câmera. Apesar disso, não recomendo a GoPro como uma câmera principal para criar conteúdo em vídeo. Ela possibilita sua fixação em uma prancha de snowboard, capacete de moto ou no vidro do carro. São super duráveis e minúsculas. Várias vantagens, para um público específico. Numeroso, mas específico.

Por outro lado, possui algumas desvantagens em relação às câmeras acima que precisam ser consideradas. Elas possuem só uma lente grande angular fish eye, que cria um efeito de distorção arredondada muito legal para momentos de ação, no entanto não funcionam tão bem para um plano de cabeça falante num vlog ou numa entrevista. Se esses momentos forem feitos saltando de paraquedas, tudo bem. Acima de tudo é uma câmera que pode ser colocada em praticamente qualquer lugar para fazer um plano mais criativo.

Preço dessas belezinhas: variam de R$ 1.000 a R$ 2.500 reais dependendo do modelo. É preciso ainda reservar uma grana extra para os acessórios. As GoPros só servem seu potencial quando auxiliadas por eles. Seja um case à prova d’água, um suporte de sucção para o vidro do carro ou adesivo para instrumentos musicais. Importante: nem todos modelos possuem um monitor para você conferir a imagem a ser gravada na hora. Você pode 1) comprar esse monitor separadamente ou só vai ter certeza quando descarregar as imagens para o celular ou computador, ou 2) usar o app pra ver a imagem no seu smartphone.

“Caraca, Bruno! Por que eu preciso saber disso?” É preciso ter clareza da sua necessidade e considerar o seu orçamento antes de fazer o investimento em uma nova câmera (ou qualquer outro equipamento).


PLANOS

 

Tenho descrito vlogs convencionais como vídeos de cabeça falante, por que muitos deles que encontramos no Youtube apresentam-se apenas assim. E tudo bem. Não digo ‘cabeça falante’ de uma maneira pejorativa e sim para identificar um plano. Plano de saúde? Não, plano é um tipo de enquadramento que deve ser explorado para contar uma história, criar contexto, informar.

Grande parcela desses vlogs de cabeça falante perdem a chance de ilustrar sua fala com mais planos, com mais criatividade, para manter seu público prestando atenção na mensagem transmitida. Aposto muito na diversidade de planos pra deixar um vídeo mais rico e intrigante. Pra isso, precisamos nos desafiar a fazer diferente do convencional. Principalmente, se não quisermos fazer mais do mesmo.

  • Plano super aberto

Usado pra mostrar onde estamos. Pra contextualizar o espaço de uma forma mais ampla. Nas montanhas, no campo, no centro da cidade. Se existe algum personagem no plano, essa pessoa nem precisa ser identificada.

  • Plano aberto

Um plano um pouco mais próximo que o anterior. Dessa vez conseguimos ver a figura de corpo inteiro no plano e ainda identificar o ambiente em que ela se encontra.

  • Plano médio

Você pode pensar no plano médio como uma pessoa cortada ao meio… pelo enquadramento da câmera, não por uma serra elétrica. Calma, jovem. Dessa maneira, conseguimos ver mais detalhes de suas ações. Esse é o plano mais comum nos vlogs de cabeça falante, importado dos noticiários de TV, bem familiares aos espectadores.

  • Plano fechado

Um plano bem próximo do rosto da pessoa, sem ser creepy demais. Bem natural. Bom pra ressaltar a parte mais importante de um recado para o público.

  • Plano super fechado

O rosto da pessoa ocupa todo o quadro. A turma dos vídeos de beleza usam muito esse plano em seus tutoriais de maquiagem.

  • Plano detalhe

Pensando ainda no vídeo de beleza, um plano detalhe (que também pode ser classificado como um plano fechadíssimo-mano-do-céu) destaca tanto uma sombra de gatinho ou uma unha francesinha.

 

Entre e além dessa lista acima, existem mais um bom tanto de possibilidades que merecem uma postagem exclusiva num outro momento.


Composição e enquadramento

 

A relação do objeto ou pessoa com a câmera, a relação de uma pessoa com outra num bate papo, a relação disso com o ambiente e com a luz. Quanto espaço deve sobrar acima da cabeça, em que altura posicionar o rosto da pessoa e seus olhos de uma maneira mais natural pra quem assiste. Tudo isso é representado através da composição do seu plano. A disposição dos elementos dentro do enquadramento.

  • Composição balanceada

A pessoa ou o objeto são posicionados exatamente no meio da tela, balanceados, com o mesmo espaço sobrando nas suas laterais até as bordas do plano. Também é possível balancear os elementos no plano mesmo que sejam duas pessoas na composição. Wes Anderson é mestre em composições simétricas assim em seus filmes.

  • Regra dos terços

Uma alternativa à composição balanceada é deslocar levemente a pessoa ou objeto para o lado. Ou como dizemos em Minas, “arredá um cadiquin pra lá, sô”. Trace duas linhas imaginárias na tela da sua câmera (a maioria das câmeras fotográficas e de smartphone já tem essa função no sistema, procure por “grid” nos ajustes). 3 colunas são visualizadas na vertical e horizontal. Use essa referência pra posicionar os olhos das pessoas nas interseções superiores dessas linhas.

 

#fikadika: apesar do nome “regra dos terços”, essa sugestão de composição é só uma convenção. Você não precisa levá-la à risca, literalmente. Ela é um bom guia para quem está degustando suas primeiras composições. Com tempo e prática, essa referência torna-se mais clara pra você, daí é hora de quê? Quebrar a convenção deliberadamente.

  • Table Top ou God’s POV

Um plano de cima do objeto com a câmera apontada pra baixo paralela à superfície. Pode ser uma pessoa andando sobre os trilhos de trem ou uma mesa coberta com seus materiais de trabalho. Fora do estúdio eram filmados de um helicóptero. Hoje podemos usar um drone para o mesmo efeito.

 

#fikadika: nem todos seus planos e composições precisam ser paralelos à ação, você pode e deve explorar diferentes ângulos para trazer novas informações para a tela.

“Caraca, Bruno! Por que eu preciso saber disso?”  Essa gramática visual te auxilia a transmitir sua mensagem de um jeito mais cativante a fim de conectar-se melhor com seu público. Isso é a tradução visual pra tela das ideias que estão na sua cabeça. Uma ferramenta pra trazer dinamismo ao filme.

Movimentos de Câmera

Agora que você entendeu as possibilidades de planos, enquadramentos e composições diferentes, o próximo passo é perceber que nem todos os planos precisam ser apresentados de maneira estática. Esses momentos são importantes para criar uma borda na mensagem naquele momento. Já os movimentos de câmera servem para, como nome diz, criar um movimento para a apresentação desses momentos. Eles ajudam a impulsionar a história pra frente, novamente, de uma maneira criativa.

Nota: se ainda não percebeu, meu objetivo aqui é não apenas te convencer a fazer vídeos mas, principalmente, que você os faça de um modo criativo e autêntico, que possa desenvolver-se para o seu estilo próprio, sua própria assinatura.

  • Pan

Esse é um recurso poderoso e subestimado. Pan (diminutivo pra panorama) é um movimento lateral que gira a câmera, geralmente em um tripé, de um lado para o outro. Pode ser usado pra mostrar um espaço de ponta a ponta ou pra acompanhar uma pessoa no plano, dando seguimento a estória.

  • Tilt

Mais ou menos a mesma função que uma pan, porém ao invés do movimento ser lateral, ele é vertical. De cima pra baixo (tilt down) ou de baixo pra cima (tilt up). Pode ser usado pra mostrar o look do dia de alguém ou a altura da Torre Eiffel.

  • Zoom

Provavelmente, esse é um termo bastante familiar pra você. Trata-se de quando usamos diferentes distâncias focais na lente ou damos um pinch out na tela do smartphone para aproximarmos do objeto. De buena para usar com uma lente fotográfica como uma 24 mm – 70 mm e pra uso moderado no seu smartphone, que não tem o aparato mecânico para um movimento zoom. No celular esse recurso é digital gerando uma perda de qualidade. Sempre foi usada pra focar a atenção do público em alguma coisa, contudo seu uso indiscriminado, principalmente em filmes dos anos 70 e 80, tornaram esse efeito uma piada e um dos filtros mais clichês (e divertido por ser brega) do Instagram.

  • Dolly

Dolly funciona mais ou menos como o zoom, mas ao invés da aproximação ser feita a partir da lente, quem se movimenta no plano é a câmera, chegando mais perto ou se afastando do objeto, pra frente ou pra trás, respectivamente. Quando seguimos uma pessoa pela rua num vlog ou quando uma repórter caminha em direção à câmera enquanto o operador caminha de costas, também é considerado um movimento dolly.

  • Track ou Truck

Mais ou menos a mesma operação do movimento dolly, só que lateralmente ao contrário de pra frente ou pra trás. Lembra dos westerns com os cavalos correndo ao lado do trilho de trem. Esse é um movimento track, em que a câmera acompanha o objeto lateralmente. Originalmente conhecido como truck (esse termo tem sido substituído mais e mais por track shot).

 

“Caraca, Bruno! Por que eu preciso saber disso?” Bem, você não precisa tanto… agora. Conhecer esses movimentos para criar maneiras diferentes de transmitir sua mensagem que enriquecem seu vídeo com mais surpresa, cuidado e planejamento pra quem assiste.

Possivelmente, você já deve ter intuitivamente feito alguns desses movimentos em algum vídeo anterior. Se sim, maravilha. Continue. Se não, experimente esses movimentos como exercícios ou missões criativas e incorpore aos poucos em seus vídeos.


LUZ

 

 

Sem zuera. Suas composições, enquadramentos, planos e movimentos de câmera só ficarão bonitos, e visíveis pra ser sincero, se a iluminação tiver sido bem cuidada. Muito pode ser feito só com luz natural e adoro aproveitar ao máximo esse recurso quando disponível. Luz solar é a mais bonita e mais barata que está acessível pra você. Agora, a utilização de luzes artificiais, ou seja, acessórios como refletores, soft boxes e LEDs, abrem o seu leque de possibilidades para mais intervenções criativas e, acima de tudo, te dão mais controle sobre a exposição e temperatura de cor da sua composição.

Nós só conseguimos ver objetos e cores devido ao modo que a luz é refletida desses objetos e interpretada pelo nosso cérebro através da retina de nossos olhos. Com a câmera, uma representação do mesmo fenômeno acontece com a luz refletida desses objetos sendo interpretada pelo sensor da câmera através da lente.

Não subestime esse planejamento. Algumas câmeras não operam bem sem luzes para auxiliar seus sensores. Um cenário bem iluminado pode melhorar inclusive a qualidade do seu equipamento. Câmera e lente. E os ajustes de exposição adequados em sua câmera auxiliam a aplicação de filtros ou tratamento da imagem, como temperatura ou tint.

Preço dessas belezinhas: como pode imaginar, os preços variam muito pois você pode conseguir fontes de luz de vários lugares.

  • Luminárias de mesa quebram um galho e servem bem para iluminar o cenário, como uma mesa de trabalho atrás da pessoa no vídeo. Veja bem, essa é uma recomendação provisória. Preço: a partir de R$ 50.
  • A luminária chinesa de papel é uma alternativa que produz um efeito mais suave com baixo custo. A iluminação da luminária é suavizada no papel criando uma sombra mais leve na pessoa ou objeto iluminados. É bem possível de reproduzir looks profissionais com esse material. Preço: a Partir de R$ 15, só a armação de papel, sem lâmpada nem suporte.
  • Soft box com luz contínua para gravação é o primeiro passo para uma configuração menos caseira de iluminação. Assim como as luminárias chinesas, eles possuem uma grande superfície pra difundir e suavizar a luz. Preço: a partir de R$ 200 cada, já com o tripé de luz. Caso seja a hora desse investimento, sugiro que compre logo um par junto pra garantir a mesma iluminação no kit. Marcas diferentes possuem pequenas diferenças que podem dar trabalho para serem corrigidas na edição.
  • Um kit profissional de luz contínua vai deixar seu set “gringão” e isso vai ter um custo. ¡Ay caramba! Geralmente oferecem controle de intensidade e temperatura de cor. Tem formas e tamanhos variados, com fio e sem fios. Ou seja, com alimentação pela tomada ou baterias. Os kits de LED são os mais populares hoje para as produtoras compactas. Preço: a partir de R$ 1.000 cada. Mesmo caso da sugestão para os soft boxes. Caso seja a hora desse investimento, sugiro que compre um par de uma vez pra garantir a mesma iluminação no kit. Pequenas diferenças entre as marcas podem gerar grandes dores de cabeça quando forem corrigidas na edição.

#fikadika: quando for gravar usando a luz natural em um parque ou vinda de uma janela em sua cozinha, não posicione – você  mesmo ou o objeto – de costas para o sol ou para a janela. A não ser que esteja intencionalmente criando uma silhueta em seu objeto. Sem uma luz auxiliar, seu objeto ou pessoa ficarão na sombra e o fundo vai ficar super exposto (claro demais, além da medida). Experimente posicionar o seu objeto ou pessoa de frente para o sol ou fonte de luz (ou em um ângulo próximo a isso), para que possamos ver mais clara e detalhadamente o objeto ou as expressões da pessoa.


ÁUDIO

 

 

Um bom áudio em seu vídeo faz absoluta diferença no tempo que seu público vai assistir seu conteúdo. É impossível assistir um vídeo com o áudio estragado, mas é possível assistir um áudio incrível numa edição com imagens antigas de arquivo, VHS de baixa resolução ou um gameplay de Atari. Costumo dizer que conteúdo audiovisual não tem áudio na frente de visual à toa. O Áudio é tão importante, senão mais importante, que a parte visual do seu conteúdo em vídeo.

Frequentemente, no entanto, pessoas começando a se aventurar no universo de criação de vídeos, focam mais suas energias em criar imagens bonitas e negligenciam o peso de uma bela captação de áudio. Você não precisa investir em equipamentos caros já de cara. Existem algumas boas práticas para cuidar do seu áudio mesmo usando o pequeno microfone embutido na câmera:

  • Posicione-se perto da câmera para que a fonte sonora, sua voz enquanto fala, fique perto do microfone da câmera. Isso gera mais clareza no áudio gravado, pois auxilia o microfone a reconhecer qual a principal referência de áudio que ele deve gravar.
  • Se estiver em um espaço fechado, feche portas, janelas, desligue o ar condicionado, ventilador e até a geladeira, se necessário.
  • Se sua câmera tem saída de áudio, utilize um fone de ouvido para monitorar a entrada do áudio. Tente escutar ruídos do ambiente, um avião passando ao fundo, cachorro latindo, o carro da pamonha.
  • Mantenha o SILÊNCIO-NO-SET!-Obrigado quando for gravar. Você vai se surpreender com o tanto de barulhinhos que o microfone consegue captar, sem você perceber.
  • O efeito de “eco” no áudio, ou reverberação, acontece quando o espaço fechado de gravação é bem grande ou bem vazio. Uma sala com móveis, tapetes e cortinas tem menos “eco” que um galpão vazio.

O próximo passo será investir em microfones externos para suas gravações. Eles podem ser plugados diretamente nas câmeras, quando essas possuem uma entrada para microfone, gerando um arquivo apenas com a imagem da câmera e o áudio do microfone já sincronizados. Ou podem ser ligados em gravadores externos que captam o áudio isoladamente, que depois precisa ser sincronizado com a imagem gravada da câmera na etapa de edição.

Os microfones melhoram a qualidade do seu áudio enormemente em comparação ao microfone interno da sua câmera, que não tem o tamanho, nem a posição adequada para a versatilidade requerida num set de filmagem.

Preço dessas belezinhas: como pode imaginar, os preços variam bastante, pois existem várias modalidades de microfones para situações e objetos diferentes. Suas opções são:

  • Microfone de lapela

Ideal para entrevistas ou quando você está falando diretamente para a câmera. Ele possui esse nome justamente por que você o posiciona na gola da camisa, ou lapela. Ele é um microfone omni direcional, ou seja, capta todo o som em volta dele. Porém, os mics de lapela são bem pequenos e o seu alcance não é tão grande. Eles são projetados para funcionarem assim mesmo. Como eles ficam bem perto da fonte sonora, sua boca, os barulhos do outro lado do ambiente são bem reduzidos. Preço: a partir de R$ 100. Existem modelos específicos para smartphone também, que possuem uma frequência diferente dos mics de lapela usados nas câmeras digitais. O preço dos mics de lapela de smartphone são mais altos um pouco, pelo menos os que valem a pena o investimento. Preço: a partir de R$ 250. Algumas marcas são vendidas abaixo de R$ 50, mas não são adaptados para essa diferença de frequência do smartphone e reproduzem um chiado na gravação.

  • Shotgun ou Boom

Esse é um microfone direcional, quer dizer que ele capta melhor o áudio para onde ele estiver apontado. Em sets de filmagem, esses são os mics que os operadores seguram acima da cabeça dos atores, seguindo-os de um lado para o outro. Também podem ser fixados em sua câmera. Assim, eles gravam o áudio da mesma direção da sua imagem. Preço: a partir de R$ 200.

  • Fone original do smartphone

Se estiver gravando no seu celular, você ainda pode usar o fone original do seu aparelho, que tem um microfone embutido no fio. Ele tem a funcionalidade como a do microfone de lapela. Não tem um alcance muito grande, justamente pra concentrar-se na captação da sua voz, pois fica mais próximo do seu rosto quando usado em seus ouvidos. Você nem sempre precisa usar o fone na orelha para sua gravação de áudio. Você pode dobrar o fone, escondê-lo dentro da blusa e fixar só o microfone no fone pra fora da gola. Preço: 0800, se já possuir o fone do smartphone.


EDIÇÃO

 

 

Essa etapa mata a geral de medo. Ela pode mesmo ser bem desafiadora no início, mas é uma etapa fundamental pra colocar a prova o material que foi gravado. Na edição, você tem a chance de reconstruir inteiramente a sua mensagem mudando as peças do quebra cabeça de lugar. Essa é uma fase super empolgante que apresenta novas possibilidades criativas.

Preço dessas belezinhas: existem vários softwares de edição ao seu dispor. Tanto gratuitos, quanto pagos que você pode usar online ou offline. Alguns são mais simples e intuitivos, outros mais complexos e com mais funcionalidades.

Opções gratuitas em computadores:

  • OpenShot é super intuitivo é fácil de usar. Só arrastar os vídeos pra timeline, acertar a ordem e já era. Excelente pra quem tá começando.
  • HitFilm Express é um software gratuito que você baixa para o seu computador e pode usar todas as ferramentas básicas de programas de edição profissional. Você ainda pode adicionar novos efeitos comprados separadamente, mas não é preciso para fazer uma edição completa.
  • iMovie é um editor para usuários Mac que já vem instalado no sistema. Depois de se habituar com esse programa, o próximo passo seria migrar para o Final Cut X, um editor profissional também de Mac. As interfaces são próximas, dando continuidade a curva de aprendizado.

Opção gratuita em smartphones:

  • Adobe Premiere Clip é uma versão light do popular editor da Adobe para computadores. Possui limitações como vários outros apps de edição mobile, mas atende bem uma edição simples que você pode fazer de qualquer lugar.

Opção gratuita para tablet:

  • FilmoraGo um bom aplicativo, completo e cheio de funcionalidades, sem marca d’água, nem outras funções pagas. Resolve bastante qualquer edição simples, mas tem algumas limitações em comparação a versão paga de computador.

Quando você paga por editor de vídeo, você espera que esse tenha mais funcionalidades e características que justifiquem o investimento. Tá certo! Os editores profissionais oferecem tudo isso e muito mais, porém são mais robustos e exigem mais de quem edita. Geralmente, levam mais tempo de prática para serem navegados com tranquilidade. No fim das contas, é uma questão pessoal de qual adapta-se melhor ao seu gosto.

  • Adobe Premiere Pro CC é o editor profissional da Adobe, integrado aos demais programas do pacote como After Effects, Photoshop e Audition. Geralmente, esse é o editor que a maioria das pessoas começa utilizando no PC. Preço: o plano anual custa R$ 71 mensais pelo Premiere apenas. O pacote com todos os programas custa R$ 175 mensais. Você pode testá-lo gratuitamente por 7 dias.
  • Final Cut X é o editor profissional exclusivo para Mac. Assim como o Adobe Premiere Pro, esse editor também é usado pela indústria de cinema e integra-se bem com os demais programas do pacote Studio Pro da Apple como Logic e Motion. Preço: R$ 679.

CONCLUSÃO

 

  • Seus primeiros vídeos devem ser horríveis. E não falo isso pra te desencorajar, não. Se seu primeiro vídeo ficou muito incrível, quer dizer que você demorou tempo demais pra começar, poderia já ter tentando/ errado / aprendido muito antes e certamente estaria melhor nesse momento.
  • A prática vai te deixar melhor. Seus vídeos melhoram a partir da experiência. Os enganos ou imprevistos que acontecem nos vídeos anteriores é que elevam o nível dos vídeos futuros. Portanto faça mesmo um monte de vídeos feios pra poder fazer vídeos mais bonitos.
  • De qualquer forma, a criação desses vídeos tem que ser divertida. Não coloque tanta pressão ou expectativas em seus experimentos.
  • Se você está começando, não faça nenhum investimento apressado. Pense bem sobre o equipamento que você possui e explore suas vantagens. Vai por mim, um smartphone já é suficiente para os primeiros experimentos, até ter uma melhor compreensão do que você quer alcançar e do equipamento necessário pra isso.
  • Já falei pra se divertir, né? Ok.

Coragem, tchurma.

B.

Aka Rachacuca

O curioso por trás das câmeras e responsável pelo conteúdo audiovisual da nave (desde o começo). Especialista em vídeo, linguagem de vídeo, técnica de vídeo e tudo mais em vídeo que você imaginar (serião!).

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